Parecia uma festa. Um
baile. Um desfile de um clube só. E logo num clássico. Diante de um
Estádio Marizão lotado, o Sousa humilhava o arquirrival Atlético
de Cajazeiras, em jogo válido pela oitava rodada da 2ª fase do
Campeonato Paraibano. Fez 3 a 0 e só não marcou um quarto porque
perdeu um pênalti. Mas ainda assim jogava com um a mais, o que
tornava um revés praticamente impossível. Tanto que o time já
tocava bola e se empolgava com os gritos de “olé” que saíam das
arquibancadas quando veio a catástrofe. Três gols atleticanos, nos
momentos finais do confronto, que empataram o clássico. No fim, um épico 3 a 3 no placar.
As arquibancadas, de
repente silenciaram. Para logo depois voltar a gritar, desta vez para
protestar. Os sousenses ficaram abalados e saíram de campo com um
gosto de derrota. E os atleticanos vibravam e cantavam como se
tivessem vencido. O desabafo do treinador atleticano, Reginaldo
Sousa, veio em forma de ditado: “nunca subestimem seu adversário”.
Para logo depois ele se juntar às comemorações.
O Sousa, agora, tem 14
pontos. E pode perder a liderança do Campeonato Paraibano neste
domingo, no complemento da rodada. O Atlético, por sua vez, segue na
briga, logo atrás, com 13, momentaneamente como vice-líder. Na
próxima rodada, o Sousa recebe o CSP; enquanto que o Atlético
recebe o Treze. Os dois jogos na quarta-feira, às 20h30.
Só deu Sousa no 1º
tempo
O Dinossauro jogava
bem. Jogava fácil. E envolvia o rival de Cajazeiras. Para completar,
teve sorte. Numa jogada rápida pela direita, logo no início do
clássico, um gol. A bola sobrou para Jeorge, que aos 24 segundos
soltou um chute forte e marcou. Festa no Marizão, que lotado,
comemorava o bom início do líder da competição.
A equipe da casa tocava
a bola. E chegava perto do gol. Ampliar o placar era questão de
tempo. E o Sousa de fato conseguiu o segundo gol. Em noite inspirada,
Cléber acertou um belo chute. O goleiro defendeu, mas no rebote
Jeorge anotou mais um para ele e fez 2 a 0.
Como já foi dito,
parecia que o jogo seria fácil. E o goleiro Léo, do Atlético, quis
deixar as coisas ainda mais fáceis. Num lance isolado, ele agrediu
um jogador adversário, fora do lance, e acabou expulso. Pior: como a
agressão foi dentro da área, foi marcado o pênalti. O zagueiro foi
para a cobrança, mas Bel, o goleiro reserva que acabara de entrar no lugar de Da Silva,
defendeu.
Surpresa atleticana nos
minutos finais
O pênalti perdido no fim do primeiro tempo não abalou os sousenses. Porque seguia vencendo e agora com um jogador a mais.
Tocava a bola, envolvia o adversário e jogava bonito. A torcida
gostava. E gostou ainda mais quando viu o golaço que foi marcado.
Era o terceiro do Sousa. Cléber cruzou na área e Paulinho Mossoró
acertou uma belíssima meia-bicicleta: 3 a 0.
O jogo continuou
com todos pensando que a supremacia sousense continuaria. Com a
vitória, o time da casa abria quatro pontos nos rivais que só
jogariam neste domingo e não poderia mais ser alcançado por ninguém
nesta oitava rodada. Mas não foi nada disto o que aconteceu.
O Sousa, na verdade,
até continuava a jogar bem. Mas o goleiro Bel tinha entrado muito
seguro e salvou o Trovão Azul em pelo menos três oportunidades. E com o
passar do tempo, o Sousa foi aceitando o placar e diminuindo o ritmo.
Foi o grande erro do
Sousa. Subestimar um rival aparentemente abatido e que jogava com um
a menos. Porque em seis minutos, entre os 34 e os 40, os atleticanos
marcaram três gols em sequência.
Claiton Cearense marcou
o primeiro gol do Atlético, mas naquele momento ninguém pensava que
este gol mudaria nada. Só que logo depois Thiago Messias marcou mais
um, fazendo 3 a 2.
E deixando os sousenses
assustados. Mas a vitória
ao menos ainda estava sendo garantida. Só que o castigo veio em
seguida. Com Júnior Mineiro, que deu o empate ao time visitante. No fim,
Eduardo Sousa, do time da casa, ainda foi expulso. Mas o placar não
mudaria mais.
Renato Frota com Globo Esporte/PB