Talvez não tenha sido o placar que o torcedor do Santa Cruz desejou, mas a derrota por 1 a 0 para o Sport, no estádio do Arruda, neste domingo (15), assegurou ao clube tricolor o título de campeão pernambucano, que não era conquistado havia cinco anos. A torcida acredita também que a vitória pode ter decretado o fim da má fase tricolor, vivida nos últimos anos e que teve seu ápice com a queda para a Série D, em 2008.
O Sport começou atento ao ataque, ciente que estava da necessidade de vitória depois do 2 a 0 que sofreu na Ilha, no primeiro jogo da final. No primeiro tempo, o ataque do Leão foi mais organizado e chegou a finalizar até com certo perigo, em algumas vezes.
Na etapa complementar, porém, o jogo foi bem mais truncado, sem toque de bola, cheio de chutões para frente e muitas faltas. O gramado, encharcado, também dificultou muito a troca de passes. O gol só saiu nos acréscimos, em pênalti convertido por Marcelinho Paraíba.
Claro que a torcida tricolor compareceu – e a rubro-negra também, mas em menor número: o jogo bateu o recorde de público em todo o Brasil, este ano, nos Estaduais, com o número oficial de 62.243 torcedores no estádio.
O JOGO
O confronto aberto durou a partida inteira. Aos 5 minutos do primeiro tempo, Memo desceu pela direita e tentou um chute direto para o gol, mas a bola desviou em Wellington Saci e Magrão segurou sem perigo. Dois minutos depois, Marcelinho Paraíba cobrou o primeiro escanteio do jogo para o Sport. A bola sobrou para Bala, que chutou e mandou muito alto.
Aos 8, Landu se infiltrou e lançou para Gilberto, que tentou uma bicicleta, mas não finalizou com gol. No minuto seguinte, nova chance para o Sport: Renato cruzou, Jeovânio desviou sem querer e Bruno Mineiro mandou de cabeça, mas a bola saiu por cima do gol.
Aos 13, a primeira chance real do Santa Cruz: Landu recebeu sobra e desceu rápido pela direita, mas perdeu o tempo da bola e errou o chute, deixando fácil para Magrão, que mandou para escanteio. O Sport devolveu aos 16: cruzamento de Daniel Paulista da direita chegou para Bruno Mineiro, na área, bater de primeira. O goleiro Tiago Cardoso defendeu.
O Tricolor chegou perto de novo aos 24, em cobrança de falta de Weslley. Mesmo escorregando na hora do chute, a bola saiu firme, direto contra o gol de Magrão, que quase errou a defesa. Em nova chance do Leão, aos 28, Marcelinho Paraíba tentou chute na entrada da área, meio em diagonal, mas a bola saiu pela linha de fundo.
Aos 34, Bala roubou a bola no meio de campo e chegou perto da área, chutando meio desequilibrado; a bola bateu na defesa do Santa e saiu em escanteio. Na cobrança de Marcelinho Paraíba, a defesa tricolor tirou de novo. Em novo lance do camisa 11 rubro-negro, numa sobra de jogada de Marcelinho Paraíba, Bala chuta de primeira, girando, mas Tiago Cardoso segurou sem sustos.
Carlinhos Bala protagonizou outro ataque do Sport aos 41 minutos. Sob a marcação de Jeovânio, o rubro-negro girou e caiu perto da área, pedindo pênalti, que o juiz não deu – e ainda marcou falta de ataque. Lance semelhante aconteceu com o Santa Cruz, mas fora da área: aos 42, Memo se livrou da marcação e desceu sem apoio. Em jogada ombro a ombro com Daniel Paulista, caiu perto da entrada da área e pediu falta, que o árbitro também não marcou. A etapa terminou em lance de Gilberto, aos 46: o atacante tricolor recebeu de Éverton Sena na direita, se aproximou da área e chutou, mas a bola desviou em defensor do Sport e saiu.
No segundo tempo, o Santa Cruz voltou procurando gol: Thiago Cunha no lugar de Landu. Logo aos 6 minutos, o camisa 17 mostrou a que veio: desceu pela direita rapidamente e cruzou para a área, achando Gilberto bem posicionado. O atacante cabeceou, mas em cima do goleiro Magrão, que segurou com firmeza.
Aos 9 minutos, Hélio dos Anjos fez a primeira mudança na equipe: sacou Bruno Mineiro para dar lugar a Tadeu, especialista nas jogadas aéreas. Logo depois, Wellington Saci foi substituído por Romerito. Zé Teodoro também trocou mais um atleta: Natan saiu e Têti ganhou mais uma chance entre os titulares.
Diferente do primeiro tempo, a etapa complementar foi mais nervosa, com muitos chutes para frente, bolas longas, pouco toque de bola. Somente aos 18 o Sport chegou à frente numa jogada mais trabalhada, e nem tanto: Hamilton recebeu na entrada da área e chutou firme, mas a bola encobriu o gol de Tiago Cardoso.
Uma das revelações do Tricolor que vem se confirmando como destaque foi o lateral Renatinho, de apenas 19 anos: aos 21 do segundo tempo, em jogada com Thiago Cunha, driblou o marcador rubro-negro mandando a bola entre as pernas e alcançando o colega tricolor, mais à frente. A torcida do Santa Cruz, claro, vibrou muito com o lance.
Aos 25, em contra-ataque fulminante do Santa Cruz, Memo se livrou do marcador e desceu pela direita, cruzando para a área; a bola desviou em Hamilton e a sobra ficou para Gilberto, no meio da área – mas ele não dominou e perdeu chance claríssima de abrir o marcador. Em pressão do Tricolor do meio para o final do jogo, aos 27, Memo conseguiu nova roubada de bola, tocou para Thiago Cunha, que mandou o chute, mas Magrão defendeu.
Aos 28, a última mudança possível no Sport: Carlinhos Bala deu lugar a Ciro. Aos 35 minutos, depois de um longo bate-rebate na área, o Sport quase marcou, mas o chute final encobriu a meta do goleiro Tiago Cardoso.
Aos 37 minutos, Têti recebeu bem posicionado na área, depois de lindo cruzamento da direita. Mas o camisa 16 do Santa Cruz finalizou mal e não marcou. Na última mudança no Tricolor, Gilberto – no que pode ter sido sua despedida do Santa Cruz – foi substituído por Leo. O jogo ainda teve um momento negativo para o Sport: cartão vermelho para Alex Bruno, depois de dividida violenta sobre Weslley. O atleta rubro-negro ainda trocou provocações com a torcida do Santa antes de sair de campo.
O gol do Sport nasceu de um pênalti cometido por Leandro Souza contra Renato, já nos acréscimos, aos 48: Marcelinho Paraíba converteu e marcou o gol do Leão. Em seguida, o juiz finalizou a partida.
FICHA DO JOGO
Santa Cruz: Tiago Cardoso, Everton Sena, Leandro Souza, André Oliveira e Jeovânio; Renatinho, Memo, Wesley e Natan (Têti); Gilberto (Leo) e Landu (Thiago Cunha); técnico: Zé Teodoro;
Sport: Magrão, Renato, Montoya, Alex Bruno e Hamilton; Wellington Saci (Romerito), Tobi, Daniel Paulista e Marcelinho Paraíba; Bruno Mineiro (Tadeu) e Carlinhos Bala (Ciro); técnico: Hélio dos Anjos;
Cartões amarelos: Leandro Souza, Everton Sena e Memo (Santa Cruz); Hamilton, Renato, Marcelinho Paraíba, Montoya e Tobi (Sport);
Cartão vermelho: Alex Bruno (Sport);
Árbitros: Sálvio Spínola Fagundes (Fifa/SP), com assistência de Alessandro Rocha de Matos e Márcio Eustáquio Santiago. Os assistentes auxiliares (atrás dos gols) são Nielson Nogueira e Ricardo Tavares;
Público: 62.243 torcedores.
Créditos: Pe360graus
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